
A automutilação é um comportamento que pode gerar confusão, preocupação e até mesmo um sentimento de impotência na família. Apesar de ser um tema sensível, é essencial entender que esse comportamento geralmente reflete um sofrimento emocional profundo que o adolescente não consegue expressar de outra forma. Reconhecer essa realidade e buscar ajuda pode transformar a situação, trazendo alívio tanto para o jovem quanto para seus familiares.
A automutilação, como cortes ou outras formas de autolesão, não deve ser interpretada como uma busca por atenção ou um problema passageiro. Para muitos adolescentes, ela é uma maneira de lidar com emoções intensas, aliviar tensões internas ou expressar um pedido de ajuda. Por isso, a abordagem da família deve ser baseada em empatia, paciência e acolhimento, evitando julgamentos ou punições que podem intensificar o sofrimento.
O Papel da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para ajudar adolescentes que enfrentam a automutilação. Ela se concentra em identificar pensamentos negativos, permitindo que os adolescentes compreendam as emoções e crenças que contribuem para o comportamento e aprendam a substituí-los por padrões mais positivos. Além disso, a TCC ensina formas saudáveis de lidar com situações desafiadoras e controlar emoções intensas, promovendo equilíbrio emocional.
Outro aspecto importante da TCC é o fortalecimento da autoestima e da resiliência emocional, ajudando os adolescentes a desenvolver uma visão mais positiva sobre si mesmos e sobre o futuro. A participação da família também é essencial nesse processo, pois a terapia capacita os familiares a oferecer suporte emocional e criar um ambiente acolhedor que favoreça a recuperação e o bem-estar do adolescente.
Por Que Buscar Ajuda É Fundamental
Se você percebe sinais de automutilação em seu filho, como cortes ou ferimentos frequentes, isolamento social ou mudanças bruscas de comportamento, não ignore. Agir cedo pode evitar complicações mais graves e facilitar a recuperação.
Ao buscar ajuda profissional, a família e os especialistas podem trabalhar juntos para ajudar o adolescente a encontrar formas mais saudáveis de lidar com seus desafios emocionais. Assim, é possível construir um futuro mais equilibrado e repleto de possibilidades positivas.
Psicólogos, psiquiatras e outros especialistas desempenham um papel essencial no enfrentamento da automutilação, ajudando adolescentes e suas famílias a superar os desafios relacionados. Os profissionais identificam as causas do comportamento, como fatores emocionais, sociais ou biológicos, e oferecem estratégias práticas para gerenciar emoções difíceis, substituindo comportamentos prejudiciais por alternativas saudáveis. Além disso, orientam os pais a fortalecer os vínculos familiares e criam um ambiente acolhedor.
Estudos Recentes e Pesquisas Sobre Automutilação
Nos últimos cinco anos, vários estudos sobre automutilação foram publicados, oferecendo uma visão abrangente sobre o tema e destacando a necessidade de intervenções preventivas:
"Automutilação na adolescência e vivência escolar: uma revisão integrativa da literatura" (2023): Analisa como o sofrimento psíquico no ambiente escolar está associado à automutilação, destacando a importância de educadores estarem atentos a sinais como uso de roupas inadequadas para o clima, isolamento social e baixa autoestima.
"Bullying em adolescentes brasileiros: um desafio para a saúde pública" (2022): Discute a relação entre supervisão parental e a ocorrência de bullying, que pode estar associado a problemas emocionais e automutilação.
"Comportamentos de risco entre adolescentes escolares e determinantes" (2024): Identifica fatores associados a comportamentos de risco, incluindo automutilação, como idade, gênero, religião e estrutura familiar.
"Percepção da autoimagem corporal em adolescentes com transtornos psiquiátricos" (2023): Investiga a relação entre transtornos psiquiátricos e insatisfação corporal como fator que pode levar à automutilação.
"Por que os jovens estão sucumbindo? Fatores de risco do suicídio" (2023): Aborda fatores de risco associados ao suicídio entre jovens, incluindo a automutilação como um comportamento precursor, enfatizando a necessidade de prevenção.
Esses estudos reforçam a importância de compreender as causas multifatoriais da automutilação e implementar intervenções eficazes que integrem apoio familiar, escolar e terapêutico.
Conclusão
Cada adolescente é único, e as intervenções precisam ser adaptadas às suas necessidades, contexto e nível de desenvolvimento. Um plano de tratamento eficaz deve ser colaborativo, incorporando os interesses e metas do adolescente. Agir cedo, garantir atendimento à saúde emocional e oferecer apoio da família e da escola são passos fundamentais para lidar com esse comportamento de forma eficaz, promovendo o bem-estar e o equilíbrio emocional dos jovens.
Gina M. G. Sommerfeld
Psicologia Clínica e Saúde Psicossomática
Espaço Psiquismo Saúde e Desenvolvimento Humano
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